domingo, 10 de fevereiro de 2008

Igreja, Uma Família muito abençoada

Pr. Hernandes Dias Lopes

O apóstolo Paulo, preso em Roma, escreve sua carta aos Efésios para ensinar verdades gloriosas acerca da Igreja. Em nenhuma outra carta, ele deu tanta ênfase sobre a Igreja como nesta carta aos Efésios. Ele expõe nesta epístola como Deus escolheu a Igreja na eternidade, como ele a resgatou na história e como ele a capacita e a usa ao longo dos séculos. Logo no início desta carta, Paulo fala que a greja é um povo muito abençoado, e abençoado com toda sorte de bênção espiritual, nas regiões celestes. Destacamos aqui três aspectos importantes:

1. A Igreja é uma família muito abençoada porque foi escolhida por Deus na eternidade (Ef. 1.3-6)

Deus nos amou e nos escolheu antes mesmo de lançar os fundamentos da terra. Sua eleição é soberana, livre e graciosa. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé. A fé não é a causa da eleição, mas sua conseqüência (At 13.48). Deus não nos escolheu por causa da nossa santidade, mas para sermos santos. Deus não nos escolheu por causa das nossas boas obras, mas para as boas obras. Não fomos nós que escolhemos a Deus, mas foi ele quem nos escolheu. Não fomos nós que o amamos primeiro, mas foi ele quem nos amou e nos atraiu para si com cordas de amor. Deus nos escolheu e nos adotou em sua família. Agora somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.

2. A Igreja é uma família muito abençoada porque foi redimida por Jesus Cristo (Ef 1.7-12) –

A Igreja é muito abençoada porque foi objeto do mais sublime amor e alvo do mais alto sacrifício. Fomos remidos pelo sangue de Cristo. O bendito Filho de Deus, desceu da glória e vestiu a nossa pele. Ele se esvaziou e tornou-se servo. Ele se humilhou e morreu a dolorosa, aviltante e maldita morte de cruz. Morreu não como mártir, mas como redentor. Pela sua morte, ele nos comprou para Deus. Pela sua morte ele assumiu a nossa culpa, pagou a nossa dívida e adquiriu para nós eterna redenção. Jesus deu sua vida para sermos livres da morte. Ele morreu a nossa morte, sofreu o castigo da lei e bebeu sozinho o cálice amargo da ira de Deus contra o pecado para nos justificar, nos redimir e nos dar a vida eterna. Somos abençoados porque fomos libertos, perdoados e salvos pelo sangue de Cristo.

3. A Igreja é uma família muito abençoada porque foi selada pelo Espírito Santo (Ef 1.13,14)

Todos aqueles que são escolhidos na eternidade pelo Pai e redimidos pelo sangue de Cristo são selados com o Espírito Santo da promessa. Todos os que crêem são batizados no corpo de Cristo pelo Espírito. O selo é um sinal de autenticidade. Não somos bastardos nem filhos ilegítimos. Pertencemos verdadeiramente à família de Deus. O selo também é um símbolo de propriedade. Nós somos propriedade exclusiva de Deus por três razões:
1. pertencemos a ele por direito de criação;
2. por direito de resgate; e também,
3. por direito de possessão.

Fomos selados como propriedade dele e para a habitação dele. O selo ainda é símbolo de proteção. O selo é inviolável. Assim, ninguém pode nos arrancar das mãos de Deus. Somos dele, inviolavelmente dele. Estamos seguros e protegidos. Nada pode nos separar do seu amor, por causa da obra eficaz realizada por nós e em nós pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. O propósito final da obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo é a manifestação da sua própria glória, tanto no tempo quanto na eternidade (Ef 1.6,12,14). Oh! Quão abençoados nós somos!

QUATRO HOMENS E UM DESTINO


O livro de Gênesis dedica mais de setenta por cento do seu conteúdo para nos dar uma descrição da vida de quatro homens: Abraão, Isaque, Jacó e José. Esses patriarcas tiveram o mesmo destino: foram amados por Deus, salvos por sua graça e usados em sua obra. Queremos destacar alguns pontos:

1. Abraão, um homem chamado, provado e usado com poder – Abraão foi tirado de uma cidade idólatra e chamado por Deus para ser o pai da fé e o genitor de uma grande nação. Ele andou com Deus não pelas estradas atapetadas das facilidades, mas pelos caminhos, muitas vezes, íngremes da obediência. Não foi um homem perfeito, pois algumas vezes claudicou e sofreu as conseqüências de ter-se desviado da rota. Porém, sempre se voltou para Deus e por ele foi restaurado, provado e usado poderosamente. Abraão foi desafiado a crer no Deus que vivifica os mortos, fortaleceu-se pela fé e esperou contra a esperança e veio a tornar-se o pai de todos os que crêem. Quando passou pela mais amarga de todas as provas, entregar seu próprio filho, obedeceu sem questionar, crendo que Deus era poderoso para ressuscitar o seu filho. Deus provou Abraão, poupou Isaque e revelou ao mundo através desse patriarca o maior de todos os sacrifícios, a entrega de Jesus na cruz para morrer pelos nossos pecados.

2. Isaque, um homem manso que viu Deus abençoá-lo no meio da crise – Isaque foi um jovem crente, que se casou dentro da vontade de Deus, orou por sua mulher vinte anos e foi pai de dois filhos gêmeos. Assim como seu pai, teve também suas fraquezas na área familiar, sofrendo os amargos resultados dessas decisões erradas. Porém, a principal marca de Isaque foi sua mansidão e sua disposição de confiar em Deus. Quando todos estavam olhando para a crise, ele semeou no deserto e prosperou. Quando, por inveja, os inimigos o expulsaram da terra, ele saiu sem brigar pelos seus direitos. Quando, os opositores entupiram os poços que ele abriu no deserto, ele não brigou; ao contrário, foi adiante cavando novos poços sob a bênção de Deus. Porque entregou sua causa ao reto juiz, o próprio Deus reconciliou com ele seus inimigos.

3. Jacó, um homem que custou a se render a Deus – Jacó foi escolhido por Deus desde o ventre. Porém, tornou-se adulto sem ter uma experiência real de salvação. Influenciado pela mãe, tomou seus destinos em sua própria mãe, descrendo do plano divino. Mentiu para o pai, traiu o irmão e precisou fugir de casa para poupar sua própria vida. Nessa fuga, Deus se revelou a ele como o Deus de seus pais. Jacó tinha promessas, mas não conversão. Vinte anos se passaram e o dia do seu encontro com Deus chegou no vau de Jaboque. Ali Deus lutou com ele, quebrou sua resistência, transformou sua vida e sua alma foi salva.

4. José, um homem que foi uma bênção para a família e para o mundo – José foi um ramo frutífero junto à fonte, um ramo que estendeu seus ramos para além dos muros. Ele foi fiel ao seu pai, ao seu patrão e a Deus. Foi fiel na adversidade e na prosperidade. Preferiu ir para a cadeia a ficar prisioneiro do pecado. Preferiu perdoar e abençoar aos que lhe fizeram mal a ficar remoendo mágoa no coração. Porque ele honrou a Deus, o Senhor o tirou da prisão e o levou para o trono. Alimentado pelos seus sonhos e fortalecido pelo poder de Deus, foi bênção para sua família e para o mundo.

Rev. Hernandes Dias Lopes
– É preletor do Encontro Para a Consciência Cristã, que acontece no período do carnaval em Campina Grande / PB – www.vinacc.org.br

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Quatro Homens e um Destino

O semeador da Galiléia superando métodos da educação moderna

O semeador da Galiléia superando métodos da educação moderna

Há duas maneiras de se fazer uma fogueira: com as sementes ou com um punhado de lenha. Qual maneira você escolheria? Fazer fogueira com uma semente parece um absurdo, loucura. Todos, certamente, escolheríamos a lenha. Entretanto, o mestre de Nazaré pensava a longo prazo, por isso sempre escolhia as sementes. Ele as plantava, esperava que as árvores crescessem, dessem milhares de outras sementes e, aí sim, fornecessem a lenha para a fogueira.

Se escolhesse a lenha, acenderia a fogueira apenas uma vez, mas como preferia as sementes, a fogueira que acendia nunca mais se apagava. Um dia ele comparou a si mesmo a um semeador que semeia no coração dos homens. Um semeador do amor, da paz, da segurança, da liberdade, do prazer de viver, da dependência recíproca.

Quem não consegue enxergar o poder contido em uma semente nunca mudará o mundo que o envolve, nunca influenciará o ambiente social e profissional que o cerca. Uma mudança de cultura só será legítima e consistente se ocorrer por intermédio das singelas e ocultas sementes plantadas na mente dos homens e não por intermédio da imposição de pensamentos.

Gostamos das labaredas instantâneas do fogo, das idéias - relâmpagos dos livros de auto-ajuda, mas não temos paciência e, às vezes, habilidade para semear. Um semeador nunca é um imediatista, presta mais atenção nas raízes do que nas folhagens. Vive a paciência como uma arte. Os pais, os educadores, os psicólogos, os profissionais de recursos humanos só conseguirão realizar um belo e digno trabalho se aprenderem a ser mais do que provedores de regras e de informações, mas simples semeadores.

Os homens que mais contribuíram com a ciência e com o desenvolvimento social foram aqueles que menos se preocuparam com os resultados imediatos. Uns preferem as labaredas dos aplausos e do sucesso instantâneo, outros preferem o trabalho anônimo e insidioso das sementes. O que preferimos? De nossa escolha dependerá a nossa colheita.

Cristo sabia que logo iria morrer, mas, ainda assim, não era apressado, agia como um inteligente semeador. Não queria transformar seus discípulos em heróis e nem exigia deles o que não podiam lhe dar; por isso, permitiu-lhes que o abandonassem no momento em que foi preso. As sementes que ele plantava dentro dos galileus incultos que o seguiam um dia germinariam. Tinha esperança de que elas criariam raízes no cerne do espírito e da mente deles e mudariam para sempre suas histórias.

Essas sementes, uma vez desenvolvidas, tornariam aqueles homens capazes de mudar a face do mundo. É incrível, mas este fato ocorreu. Eles incendiaram o mundo com os pensamentos e propósitos do carpinteiro da Galiléia. Que sabedoria se escondia no cerne da inteligência de Cristo!

Nietzsche disse há um século uma famosa e ousadíssima frase: “Deus está morto”*. Ele expressava o pensamento dos intelectuais da época, que acreditavam que a ciência resolveria todas as misérias humanas e, por fim, destruiria a fé. Provavelmente este intrépido filósofo achasse que um dia a procura por Deus seria apenas lembrada como objeto de museus e dos livros de história.

Os filósofos ateus morreram e hoje são esquecidos ou pouco lembrados, mas aquele afetivo e simples carpinteiro continua cada vez mais vivo dentro dos homens. Nada conseguiu apagar a fogueira acendida pelo semeador da Galiléia... Depois que Gutenberg inventou as técnicas modernas de imprensa, o livro que o retrata, a Bíblia, se tornou invariavelmente o maior best-seller de todos os tempos. Todos os dias, milhões de pessoas lêem algo sobre ele.

O mestre de Nazaré parecia ter uma simplicidade frágil, mas a história demonstra que ele sempre triunfou sobre aqueles que quiseram sepultá-lo. Aliás, o maior favor que alguém pode fazer a uma semente é sepultá-la. Jesus foi uma fagulha que nasceu entre os animais, cresceu numa região desprezada, foi silenciado pela cruz, mas incendiou a história humana.

O mestre deu um banho de inteligência na educação moderna. Ele provocou uma revolução no pensamento humano jamais sonhada por uma teoria educacional ou psicológica.

Há uma chama que se perpetua dentro daqueles que aprenderam a amá-lo e conhecê-lo. Nos primeiros séculos, muitos dos seus seguidores foram impiedosamente destruídos por causa desta chama.

Os romanos fizeram dos primeiros cristãos pastos para as feras e um espetáculo de dor nas batalhas ocorridas no Coliseu e, principalmente, no circu máximo. Alguns foram queimados vivos, outros mortos ao fio da espada. Todavia, as lágrimas, a dor e o sangue destes homens não destruíram o ânimo dos amantes do semeador da Galiléia; pelo contrário, tornaram-se adubos para cultivar novas safras de sementes.

Texto retirado do livro: Análise da Inteligência de Cristo
Autor: Augusto Jorge Cury