quinta-feira, 31 de julho de 2008

Gravidez na adolescência

A informação ainda é a melhor arma contra esta triste realidade

Na última semana entrou em cartaz no Brasil o filme Juno, que conta a história de uma garota chamada Juno, de 16 anos, que fica grávida de um colega de escola. Essa aventura adolescente tem um preço alto e a personagem vê-se dividida quanto à forma de resolvê-lo. Opções não lhe faltam, principalmente por estar em um país onde o aborto é legalizado (EUA) e o caminho mais comum seria matar a criança e esquecer o que aconteceu.

A adolescência implica em mudanças físicas e emocionais e é considerada, por alguns, um período de conflito ou de crise. Não se pode descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como uma fase importante no ciclo existencial da pessoa, incluindo assumir posições social, familiar e religiosa.

A puberdade, que marca o início da vida reprodutiva da mulher, é caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescência. Uma gravidez na adolescência provocaria mudanças ainda maiores na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural. Nesse caso, muitas vezes a adolescente precisa de um importante apoio do mundo adulto para saber lidar com a nova situação.


Muitos pais não estão preparados para lidar com as questões relacionadas à sexualidade de seus filhos. Assim, várias entidades de educação sexual e planejamento familiar vêm há anos pressionando o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação a lançar programas de educação sexual para os adolescentes. De acordo com dados do IBGE, cerca de 20% dos bebês registrados em 2006 no Brasil tinham mães com idades entre 15 e 19 anos.

Hoje a sexualidade está sendo veiculada nos meios de comunicação de forma distorcida. Mas se a menina e/ou menino são instruídos no seu lar, vão saber ter um namoro santo: evitar beijos ardentes, roupas mais sensuais, toques nas partes íntimas e, por último, o ato sexual. O sexo antes do casamento traz conseqüências desastrosas: culpa, relacionamento sexual sem preparo, doenças sexualmente transmissíveis, além do risco de uma gravidez indesejada.

Uma gravidez precoce põe em perigo tanto a mãe quanto o recém-nascido. Isso porque na faixa dos 14 anos a mulher ainda não tem uma estrutura óssea e muscular adequada para o parto. Outro problema é o medo da gravidez. Muitas, quando descobrem que estão grávidas, preferem o aborto clandestino.

Na visão da psicóloga e orientadora educacional Nara Andrade, tudo isso poderia ser evitado se houvesse mais informações dentro de casa e também nas igrejas. "A sexualidade precisa ser mais divulgada nas igrejas. Ainda há muita censura. O sexo é tratado como se fosse sujo. É necessário dar mais importância a esse tema, organizando palestras com profissionais especializados e qualificados, com o objetivo de orientar as famílias. Enquanto os pastores falam esporadicamente do assunto, o diabo vai ganhando terreno através dos meios de comunicação", afirma.

O pastor Nivaldo Moura, da Igreja Evangélica Nova Filadélfia, localizada em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, diz que na sua igreja o assunto é abordado de acordo com a necessidade dos membros. “Nós não nos opomos a falar sobre o assunto e procuramos esclarecer as dúvidas dos jovens da melhor maneira possível. Mas usamos as Escrituras Sagradas (Bíblia) como referência e dentro de uma realidade. Damos orientação aos nossos adolescentes na sua vida pessoal, sexual e amorosa”, comenta, ao ressaltar que as famílias têm sido destruídas por falta de informação".

Legenda da foto:
De acordo com dados do IBGE, cerca de 20% dos bebês registrados em 2006 no Brasil tinham mães com idades entre 15 e 19 anos.

Equipe de Jornalismo
Fonte: http://www.elnet.com.br/